Estudo retrospectivo das complicações transanestésicas em cães ocorridas na Policlínica Veterinária Escola de Pequenos Animais do UNIFAA no período de 2019 a 2020

Autores

  • Bianca da Silva Soares Centro Universitário de Valença (UNIFAA)
  • Pollyana Palmeira da Silva Rosa Centro Universitário de Valença (UNIFAA)
  • Mariana Gonçalves de Andrade Paiva Centro Universitário de Valença (UNIFAA)
  • Valesca Oliveira de Sousa Centro Universitário de Valença (UNIFAA)
  • Fabiano Luiz Dulce de Oliveira Centro Universitário de Valença (UNIFAA)
  • Anna Julia Rodrigues Peixoto Centro Universitário de Valença (UNIFAA)

DOI:

https://doi.org/10.24859/SaberDigital.2022v15n1.1247

Palavras-chave:

Anestesia, Caninos, Monitoração

Resumo

Introdução: Apesar dos avanços na anestesiologia veterinária, o número de complicações anestésicas em cães ainda é expressivo, sendo importante criar estratégias para diminuir a taxa de complicações e de mortalidade. Objetivo- O presente trabalho visou identificar as complicações transanestésicas de cães submetidos a anestesia geral na Policlínica Veterinária Escola de Pequenos Animais da UNIFAA no período de 2019 a 2020. Material e métodos: Foram incluídas no estudo retrospectivo, fichas anestésicas de cães que continham informações completas da avaliação pré-anestésica, protocolo instituído e monitoração. Foi realizada a classificação ASA dos pacientes e analisados os registros de monitoração transanestésica para identificação das complicações. Resultados: Foram obtidos 371 registros, sendo que 192 preencheram os critérios de inclusão. A maioria dos animais foram classificados como ASA I (53%). Foi possível identificar ao menos uma complicação transanestésica em 150 registros. Não houve registros de óbito perianestésico no período estudado. As complicações transanestésicas mais prevalentes nos pacientes ASA I foram as complicações cardiovasculares (37%); nos cães ASA II foram as complicações respiratórias (82%); nos cães ASA III as complicações respiratórias e cardiovasculares tiveram mesma incidência (72%) e; em pacientes ASA IV as complicações respiratórias (74%) foram mais incidentes. Conclusão: Através do estudo conclui-se que ainda é elevada a ocorrência de complicações transanestésicas em cães, independentemente de sua classificação ASA.  Destaca-se ainda a importância da confecção dos registros anestésicos adequadamente, para que estudos como esses possam ser realizados afim de contribuir para a melhoria do serviço prestado e para o avanço da especialidade.

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Publicado

2022-04-18

Como Citar

da Silva Soares, B., Palmeira da Silva Rosa, P., Gonçalves de Andrade Paiva, M., Oliveira de Sousa, V., Luiz Dulce de Oliveira, F., & Rodrigues Peixoto, A. J. (2022). Estudo retrospectivo das complicações transanestésicas em cães ocorridas na Policlínica Veterinária Escola de Pequenos Animais do UNIFAA no período de 2019 a 2020. Revista Saber Digital, 15(1), e20221503. https://doi.org/10.24859/SaberDigital.2022v15n1.1247

Edição

Seção

Medicina Veterinária