Direito fundamental à felicidade

Authors

  • Maria Berenice Dias

Abstract

Ao se colocar a palavra felicidade no Google aparecem nada menos do que 8 milhões e 260 mil referências. Assim, não dá para duvidar que, ao menos por constar de modo tão reiterado neste imenso banco de dados, a felicidade existe mesmo. E, se há unanimidade em algum sonho, certamente é o sonho da felicidade. Não há qualquer pessoa no mundo que não almeje, procure e sonhe com ela. O estrondoso sucesso do Prosac – a chamada pílula da felicidade – que garantiu a felicidade da indústria farmacêutica, evidencia que todos anseiam alcançá-la. Ainda assim, é difícil conceituar o que seja a felicidade. O Dicionário Houaiss defi ne como a qualidade ou estado de feliz; estado de uma consciência plenamente satisfeita; satisfação, contentamento, bem-estar.
O interesse em conseguir apreender o seu signifi cado acompanha a própria história do homem. Aristóteles dizia que felicidade é a fi nalidade da natureza humana, um bem supremo que todos desejam e perseguem. Mas acrescentava que a felicidade também requer bens exteriores... Há 23 séculos, Epicuro já afi rmava que o propósito da fi losofi a é propiciar uma vida feliz. Dizia ele que, dentre os desejos, há os que são naturais e os que são inúteis. Dentre os naturais, há uns que são necessários e outros, apenas naturais. Dos necessários, há alguns que são fundamentais para a felicidade. E conclui: não existe vida feliz sem prudência, beleza e justiça e não existe prudência, beleza e justiça sem felicidade. São Tomás de Aquino sustentava que toda a pessoa age por um fi m que é um bem: a felicidade. Foi este pensamento que infl uenciou Hobbes, Locke e Rousseau a criarem a figura do pacto social para assegurar os direitos naturais e manter a paz.

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Author Biography

Maria Berenice Dias

Advogada; Ex-Desembargadora do Tribunal de Justiça/RS; Vice-presidenta Nacional do IBDFAM.

Published

2011-12-15

How to Cite

Dias, M. B. (2011). Direito fundamental à felicidade. Revista Interdisciplinar Do Direito - Faculdade De Direito De Valença, 8(01). Retrieved from https://revistas.faa.edu.br/FDV/article/view/358