Atenção primária como porta de entrada preferencial à rede de atenção à saúde. Percepção de moradores assistidos por um projeto comunitário
DOI:
https://doi.org/10.24859/SaberDigital.2024v17n2.1527Palavras-chave:
Atenção primaria, Acesso à Atenção Primária, educação médica, medicinaResumo
Introdução: A Atenção Primária à Saúde (APS) se constitui no acesso preferencial ao Sistema Único de Saúde (SUS), haja vista representar o primeiro nível de atenção à saúde na rede de serviços. Aproximadamente 80 a 85% das necessidades de saúde são possíveis de resolução pelas equipes que atuam neste nível de atenção. No entanto, para que esta resolutividade do cuidado seja cumprida é imprescindível que a população tenha ciência de que APS é a porta de entrada preferencial do SUS. Quando o acesso aos serviços acontece nesta hierarquização, evita-se uma possível sobrecarga nos serviços de maior complexidade tecnológica em decorrência do atendimento de usuários com problemas que poderiam ter sido solucionados na APS. Objetivo: Este presente estudo visa verificar a percepção de moradores assistidos pelo “Projeto Comunidade” sobre os possíveis motivos para a não utilização da APS como porta de entrada preferencial à Rede de Atenção à Saúde (RAS). Metodologia: Foi realizada uma pesquisa quantitativa. Os dados tiveram como amostra os moradores das localidades Itakamosi e Massambará, no município de Vassouras, e os moradores dos bairros Prata da Ponte e Plante Café, do município de Miguel Pereira, que participam do “Projeto Comunidade”. A pesquisa foi elaborada por meio de um instrumento estruturado e adaptado no questionário feito por Paes KSM, Nascimento JC, Negrini LO 10. Resultados e Discussão: A amostra foi composta por 84 moradores sendo que a maioria dos participantes atribuiu alta importância ao hospital em comparação com à Atenção Primária e à Unidade de Pronto Atendimento. Ao serem questionados sobre a capacidade da Unidade Básica de Saúde de resolverem os seus problemas e os das suas famílias, 44% julgaram como sendo alta, 50% média e 6% baixa. Já sobre a definição correta sobre o Sistema Único de Saúde, foi escolhida por apenas 58,3% dos participantes, os outros afirmaram que não conheciam a definição do SUS e seu funcionamento ou escolheram uma opção equivocada. Conclusão: Os resultados obtidos apontam que, apesar de haver uma apreciação razoável da capacidade da UBS em resolver questões de saúde, ainda há uma parcela da população que pode subestimar ou não reconhecer totalmente o papel fundamental da Atenção Primária, o que gera uma sobrecarga dos outros níveis de Atenção à Saúde.
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