Análise da incidência e indicações de cesáreas na Maternidade Escola de Valença/RJ

Autores

  • Bruna Shiguemi Saito Centro Universitário de Valença (UNIFAA)
  • Luciana Amaral Lemos Centro Universitário de Valença (UNIFAA)

DOI:

https://doi.org/10.24859/SaberDigital.2024v17n1.1503

Palavras-chave:

cesárea, Obstetrícia, Saúde Materna, Saúde Neonatal

Resumo

Objetivo: Este estudo objetiva analisar as taxas e indicações de partos cesáreos na Maternidade Escola de Valença/RJ, confrontando-as com diretrizes de saúde nacionais e internacionais para avaliar a aderência e identificar áreas de melhoria nas práticas obstétricas. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo e transversal com abordagem quantitativa. Realizado de junho de 2022 a junho de 2023, englobou 909 partos. A metodologia incluiu a revisão detalhada de registros hospitalares e a categorização dos partos cesáreos segundo a Classificação de Robson, com dados tabulados em Microsoft Excel® e análise estatística subsequente. Resultados e Discussão: A distribuição dos partos foi quase igual entre vaginal (52,58%) e cesáreos (47,42%), com variação mensal significativa na escolha do método, sem tendência clara para aumento de cesáreas ou partos vaginais. Destaca-se a alta incidência de cesáreas em mulheres com histórico prévio do procedimento (Grupo 5 de Robson) e o aumento da incidência em faixas etárias mais avançadas. Conclusão: O estudo evidencia a necessidade de estratégias obstétricas individualizadas e baseadas em evidências, com análise contínua dos Grupos de Robson para otimizar resultados maternos e neonatais. Ressalta-se a importância de alinhar práticas locais às diretrizes de saúde, enfatizando práticas obstétricas de alta qualidade e baseadas em evidências.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALCÂNTARA, L. L. M.; ALMEIDA, N. K. O.; ALMEIDA, R. M. V. R. Padrão de Nascidos Vivos no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, segundo os Grupos de Robson e a Classificação do Índice de Kotelchuck - 2015/2016. Revista brasileira de ginecologia e obstetrícia: Revista da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, v. 42, n. 7, p. 373–379, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1055/s-0040-1712122. Acesso em: 15 dez. 2023.

AMANTES, A. A. K.; UGWUMADU, A.; GEORGIEVA, A. Cardiotocografia e fatores de risco clínicos no trabalho de parto prematuro: estudo de coorte retrospectivo utilizando análise computadorizada com sistema de Oxford. Fronteiras em Pediatria, v. 10, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.3389/fped.2022.784439. Acesso em: 07 out. 2023.

ANGOLILE, C. M. et al. Global increased cesarean section rates and public health implications: A call to action. Health Science Reports, v. 6, n. 5, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1002/hsr2.1274. Acesso em: 19 set. 2023.

BARNEA, E. R. et al. Prep-for-Labor: Overview of FIGO's labor and delivery triage bundles of care to optimize maternal and newborn outcomes. International Journal of Gynecology and Obstetrics: the official organ of the International Federation of Gynecology and Obstetrics, v. 163, Suppl 2, p. 34–39, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1002/ijgo.15112. Acesso em: 04 nov. 2023.

BETRÁN, A. P. et al. A research agenda to improve incidence and outcomes of assisted vaginal birth. Bulletin of the World Health Organization, v. 101, n. 11, p. 723–729, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.2471/BLT.23.290140. Acesso em: 28 ago. 2023.

BRAGGION, A. et al. Advanced Maternal Age Among Nulliparous at Term and Risk of Unscheduled Cesarean Delivery. American Journal of Obstetrics & Gynecology MFM, v. 5, n. 8, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.ajogmf.2023.100972. Acesso em: 02 set. 2023.

BROWN, R. C.; MULLIGAN, A. 'Maternal Request' Caesarean Sections and Medical Necessity. Clinical Ethics, v. 18, n. 3, p. 312–320, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1177/14777509231183365. Acesso em: 10 out. 2023.

CAMPOS, A. S. Q.; RATTNER, D.; DINIZ, C. S. G. Achievement of appropriate cesarean rates using Robson's 10-Group classification system in Brazilian private practice. BMC Pregnancy and Childbirth, v. 23, n. 1, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12884-023-05803-2. Acesso em: 14 nov. 2023.

COHEN, W. R. et al. Disquiet concerning cesarean birth. Journal of Perinatal Medicine, v. 51, n. 5, p. 591–599, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1515/jpm-2022-0343. Acesso em: 01 out. 2023.

COMFORT, L. et al. Rate of Primary Cesarean Delivery by Language Preference among Nulliparas. American Journal of Perinatology, 10.1055/a-2008-8540. Advance online publication, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1055/a-2008-8540. Acesso em: 12 set. 2023.

EKENGÅRD, F.; CARDELL, M.; HERBST, A. Os modelos de interpretação do CTG afetam a tomada de decisão dos residentes. Revista Europeia de Obstetrícia, Ginecologia e Biologia Reprodutiva, v. 285, p. 148–152, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.ejogrb.2023.04.022. Acesso em: 25 ago. 2023.

ELGZAR, W. T. et al. Mode of delivery preferences: the role of childbirth fear among nulliparous women. Frontiers in Psychology, v. 14, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.3389/fpsyg.2023.1221133. Acesso em: 05 nov. 2023.

ESCOBAL, A. P. L. et al. Relationship between power and knowledge in choosing a cesarean section: women's perspectives. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 75, n. 2, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-1389. Acesso em: 20 set. 2023.

JEONG, Y. et al. Effect of maternal age on maternal and perinatal outcomes including cesarean delivery following induction of labor in uncomplicated elderly primigravidae. Medicine, v. 100, n. 34, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1097/MD.0000000000027063. Acesso em: 08 dez. 2023.

KNOBEL, R. et al. Cesarean-section Rates in Brazil from 2014 to 2016: Cross-sectional Analysis Using the Robson Classification. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetricia: Revista da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetricia, v. 42, n. 9, p. 522–528, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1055/s-0040-1712134. Acesso em: 04 set. 2023.

LEAL, M. do C.; GAMA, S. G. N. da. Nascer no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 30, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311XED01S114. Acesso em: 11 nov. 2023.

LEITE, R. M. et al. Fatores de risco para mortalidade materna em área urbana do Nordeste do Brasil [Risk factors for maternal mortality in an urban area of Northeast Brazil]. Cadernos de Saúde Pública, v. 27, n. 10, p. 1977–1985, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0102-311x2011001000011. Acesso em: 23 out. 2023.

MARQUET, M. et al. Does a physiology-based interpretation of cardiotocography allow to dispense with second-line methods? A cross-sectional online survey. Journal of Gynecology Obstetrics and Human Reproduction, v. 52, n. 5, p. 102570, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jogoh.2023.102570. Acesso em: 14 set. 2023.

MASCARELLO, K. C. et al. Complicações puerperais precoces e tardias associadas à via de parto em uma coorte no Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 21, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-549720180010. Acesso em: 09 nov. 2023.

MENDES, Y. M. M. B. E.; RATTNER, D. Cesarean sections in Brazil's teaching hospitals: an analysis using Robson Classification. Pan American Journal of Public Health, v. 45, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.26633/RPSP.2021.16. Acesso em: 27 set. 2023.

NAKAMURA-PEREIRA, M. et al. Use of Robson classification to assess cesarean section rate in Brazil: the role of source of payment for childbirth. Reproductive Health, v. 13, Suppl 3, p. 128, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12978-016-0228-7. Acesso em: 30 ago. 2023.

NAKAMURA-PEREIRA, M. et al. Elective repeat cesarean delivery in women eligible for trial of labor in Brazil. International Journal of Gynecology and Obstetrics: the official organ of the International Federation of Gynecology and Obstetrics, v. 143, n. 3, p. 351–359, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1002/ijgo.12660. Acesso em: 18 out. 2023.

OLIVEIRA, I. M. G. D., Fonseca, E. P. D., França, F. M. G., Cortellazzi, K. L., Pardi, V., Pereira, A. C., & Tagliaferro, E. P. D. S. Age and Type of Delivery as Risk Indicators for Maternal Mortality. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetricia: Revista da Federacao Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetricia, v. 45, n. 3, p. 134–141, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1055/s-0043-1768456. Acesso em: 2 dez. 2023.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Robson Classification: Implementation manual. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241513197. Acesso em: 10 set. 2023.

OSMUNDSON, S. S., Gould, J. B., Butwick, A. J., Yeaton-Massey, A., & El-Sayed, Y. Y. Labor outcome at extremely advanced maternal age. American Journal of Obstetrics and Gynecology, v. 214, n. 3, p. 362.e1–362.e3627, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.ajog.2015.09.103. Acesso em: 15 out. 2023.

PETERSEN, E. E., Davis, N. L., Goodman, D., Cox, S., Mayes, N., Johnston, E., Syverson, C., Seed, K., Shapiro-Mendoza, C. K., Callaghan, W. M., & Barfield, W. Vital Signs: Pregnancy-Related Deaths, United States, 2011-2015, and Strategies for Prevention, 13 States, 2013-2017. MMWR. Morbidity and Mortality Weekly Report, v. 68, n. 18, p. 423–429, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.15585/mmwr.mm6818e1. Acesso em: 7 nov. 2023.

PIRES, R. C. R., Silveira, V. N. D. C., Leal, M. D. C., Lamy, Z. C., & Silva, A. A. M. D. Tendências temporais e projeções de cesarianas no Brasil, macrorregiões administrativas e unidades federativas. Ciência e Saúde Coletiva, v. 28, n. 7, p. 2119–2133, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232023287.14152022. Acesso em: 5 dez. 2023.

ROCHA, A. S., Paixao, E. S., Alves, F. J. O., Falcão, I. R., Silva, N. J., Teixeira, C. S. S., Ortelan, N., Fiaccone, R. L., Rodrigues, L. C., Ichihara, M. Y., Barreto, M. L., de Almeida, M. F., & de Cássia Ribeiro-Silva, R. Cesarianas e nascimentos a termo segundo a classificação de Robson: estudo de base populacional com mais de 17 milhões de nascimentos no Brasil. BMC Gravidez e Parto, v. 23, n. 1, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12884-023-05807-y. Acesso em: 12 set. 2023.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO Statement on Caesarean Section Rates. Geneva, 2015. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/161442/WHO_RHR_15.02_eng.pdf;sequence=1. Acesso em: 28 out. 2023.

WILSON, E., Dunn, L., Beckmann, M., & Kumar, S. Measuring the impact of cardiotocograph decision support software on neonatal outcomes: A propensity score-matched observational study. The Australian & New Zealand Journal of Obstetrics & Gynecology, v. 61, n. 6, p. 876–881, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1111/ajo.13375. Acesso em: 18 dez. 2023.

Downloads

Publicado

2024-02-29

Como Citar

Shiguemi Saito, B., & Amaral Lemos, L. . (2024). Análise da incidência e indicações de cesáreas na Maternidade Escola de Valença/RJ. Revista Saber Digital, 17(1), e20241704. https://doi.org/10.24859/SaberDigital.2024v17n1.1503

Edição

Seção

Medicina